por Caroline Borges
TV Press
Difícil ficar indiferente à presença de Henrique Fogaça em um ambiente. Ao longo dos sete anos em que integra o time de jurados do “Masterchef Brasil”, o “chef” de 47 anos chama a atenção do público e dos colegas pelo jeito durão e estilo motoqueiro, a voz potente e as diversas tatuagens espalhadas pelo corpo. Durante sua jornada no programa de gastronomia da Band, Fogaça tem tido, no entanto, a sorte de presenciar uma mudança de percepção ao seu redor a partir da aproximação com o público. “O programa fez uma série de transformações nas nossas vidas, nas vidas dos participantes e também na vida do público. Gosto de ver como as famílias têm se transformado. A cada temporada, a gente busca se reinventar e dançar conforme a música”, explica.
Ao longo de quase 10 anos, Fogaça participou de diferentes formatos do “Masterchef Brasil”. Além da edição com amadores, ele também esteve no “Masterchef Junior” e na versão dedicada aos cozinheiros profissionais. A cada ano nos estúdios da Band, o “chef” tem novas descobertas na gastronomia. “O ‘Masterchef’ traz muito da cozinha regional. O Brasil é enorme e tem uma variedade tremenda. Muitas vezes chegam participantes com ingredientes que nós não tínhamos conhecimento. Isso é legal demais. Antes de começar o programa até tentei fazer uma dieta, mas, com as gravações, fica bem difícil manter”, ressalta.
P – Na atual temporada, o “Masterchef Brasil” volta ao seu formato original. Quais são suas expectativas para esse retorno às origens?
R – São ótimas. Eu sentia falta desse formato original. Era um formato primordial ao longo das temporadas do “Masterchef”. A mudança foi muito em virtude da pandemia, né? Porém, eu ouvia muito do público nas ruas o pedido para a volta do formato anterior. As pessoas falavam que se apegavam e afeiçoavam aos participantes durante os episódios. Essa crescente de torcida era interessante. Era algo bem fervoroso da competição.
P – No início do ano, a jurada Paola Carosella anunciou sua saída do “talent show”. Com isso, o programa contou com a chegada da “chef” Helena Rizzo. Como tem sido o entrosamento com a nova jurada?
R – Estávamos ao lado da Paola desde o começo do programa. Porém, desde o início da nova temporada, tivemos uma sinergia ótima com a chegada da Helena. A entrada da Helena foi muito boa e suave. Ela tem uma empatia muito boa dentro do estúdio. Estamos felizes por tê-la ao nosso lado a partir de agora. Ela tem uma alegria e um conhecimento enormes. É muito participativa nas gravações. Estamos 100% entrosados. Acho até que, às vezes, estamos tão entrosados que damos certo trabalho para a direção. A gente exagera às vezes (risos).
P – Ao longo da temporada, você consegue controlar suas emoções e marcar um distanciamento das trajetórias dos participantes?
R – A ideia é não se apegar, né? A gente vai acompanhando o grau de evolução a partir dos episódios e as provas diferenciadas. Gosto de observar como cada participante se prepara e como mantém a crescente dentro do programa. Assim, a gente consegue ter uma ideia de quem tem mais chances de estar perto da final ou na final. A própria dinâmica das gravações ajuda que a gente não se envolva muito. Nós chegamos e gravamos direto. Mas nem sempre é fácil segurar as emoções durante as eliminações.
P – Como assim?
R – Não me apego e nem tenho preferência por ninguém. Porém, a gente está trabalhando com os sonhos das pessoas. Eventualmente, eu choro ou fico mais emocionado em uma eliminação. Isso não quer dizer que estou apegado. Eu simplesmente me transporto para o lugar daquelas pessoas, tento sentir a dor que elas sentem. Todo mundo tem um coração.
P – Após quase 10 anos no elenco do “Masterchef”, qual o balanço que você faz da sua participação no programa?
R – Acho que o programa é uma extensão dos nossos restaurantes. Eu me enxergo muitas vezes no lugar dos participantes. É um mix de sentimentos. O programa tem vários detalhes, mas não deixa de lado a criação e a harmonização das receitas. Por conta da rotina das gravações e os compromissos, a gente fica um tempo mais afastado do restaurante. Mas tudo está ligado. É como se fosse unha e cutícula (risos). Uma extensão realmente.
"Masterchef Brasil" – Terça, às 22h30, na Band.