POR CAROLINE BORGES/TV PRESS
O equilíbrio entre vida profissional e pessoal é objetivo de qualquer trabalhador. E Danni Suzuki tem uma visão bem particular sobre qual é o ponto de equilíbrio. A atriz, que estrou a série “Capoeiras”, original Disney+, e comanda o programa “New Faces”, do E!, tem seguido uma fórmula de sucesso para manejar as demandas profissionais e pessoais sem prejudicar nenhuma das áreas.
“Com muita planilha, muita oração e muito propósito. Eu só dou conta porque cada projeto está conectado ao que acredito. Eles não competem entre si, mas se somam. E, claro, tenho uma rede de apoio fundamental para realizar tudo. Equilíbrio, para mim, não é fazer tudo ao mesmo tempo, é fazer com intensidade, uma coisa de cada vez, e assim atendo tudo ‘ao mesmo tempo".
Capoeira não é só luta ou dança, é ritual, é sobrevivência é poesia em movimento
Produzido pela Manjubinha Filmes e sob a direção de Bernardo Bôscoli, o “New Faces” selecionou oito mulheres por meio de uma triagem que começou com uma etapa virtual, atraindo mais de 800 candidatas, e seguiu com seletivas presenciais. As finalistas refletem uma colagem da sociedade contemporânea: PcD, mulheres trans, albinas, idosas e outras vozes frequentemente silenciadas no mainstream.
Elas enfrentarão desafios que vão muito além das passarelas, explorando temas como maquiagem, comunicação, expressão pessoal e autoestima – habilidades que se alinham com um mercado cada vez mais atento à autenticidade e à pluralidade.
“É um projeto que planta sementes. Pode parecer pequeno no contexto geral, mas já vejo mudanças concretas de pessoas do mercado olhando com mais respeito para corpos e narrativas antes invisibilizados. As participantes têm ganhado espaço fora do programa e isso já é um impacto direto. ‘New Faces’ cutuca estruturas e amplia referências. E quando você muda o imaginário, você transforma a cultura”, valoriza.
P – Quais são as principais novidades do “New Faces” nesta nova temporada?
R – A segunda temporada está bem mais dinâmica e ousada. A gente amadureceu como equipe e como projeto. “New Faces” sempre foi uma obra muito corajosa e especial para mim, e ver essa segunda fase ganhando ainda mais força me enche de orgulho. O que mudou é que aprofundamos o olhar para temas que realmente importam hoje: diversidade real, inclusão, identidade, corpo, imagem, pertencimento.
Evoluímos na forma de nos comunicar com essas diferentes vivências, na curadoria, nas dinâmicas e também na coragem de abrir espaço para histórias que merecem ser vistas. A diversidade não é só representada, ela é celebrada. Isso, para mim, é o maior avanço.
P – Como foi esse processo de reunião de um elenco tão diverso, com PcD, mulheres trans, indígenas, asiáticas e pessoas 50+?
R – Foi exatamente como deveria ser: natural e necessário. A beleza está na pluralidade. Reunir tantas vozes e vivências diferentes num mesmo espaço gerou um campo de transformação mútua. Todo mundo cresceu. Quando existe uma sinergia entre elas o ambiente se torna mais seguro, surgem aprendizados profundos sobre pertencimento, limites, potência e empatia. “New Faces” não é só um reality de moda, é um espelho do que o mundo precisa ver e viver com mais coragem.
P – Além do “New Faces”, você também pode ser vista na série “Capoeiras”, original Disney+. Como foi esse processo de imersão na capoeira como linguagem corporal ancestral?
R – Foi um mergulho de alma. A capoeira faz parte da minha vida e histórias. Sou muito grata pelo meu mestre Tamanduá, pela vivência em cada aula e roda. Capoeira não é só luta ou dança, é ritual, é sobrevivência, é poesia em movimento, é música, cultura e espiritualidade. Entender esse corpo ancestral e permitir que ele atravesse a cena com verdade exige muito respeito e entrega. Um orgulho estar nessa série.
P – Foi um processo de aprendizado tranquilo?
R – A fisicalidade, na verdade, foi meu maior desafio. Eu venho do ballet e de outras práticas corporais, mas a capoeira exige um outro tipo de entrega: mais conectada ao chão, movimentos contínuos e fortes. E isso exige um domínio físico e emocional. Meu personagem tem uma personalidade misteriosa e esconde coisas do passado, então fiquei atenta para ter essa medida. A capoeira, no entanto, rendeu bastante.
P – Como assim?
R – Na luta final, eu quebrei de verdade o nariz da Dhara Lopes, e isso não tem como esquecer. Parecia um movimento simples, mas acabou sendo um dos momentos mais intensos do set e certamente para mim. Mas, por fim, dois meses depois ela ficou bem, teve de atrasar um pouco as filmagens com ela, mas o importante é que mesmo assim foi possível finalizar a série e ainda foi a cena real que foi ao ar.
“New Faces” – Quinta, às 22h, no E!.
“Capoeiras” – Primeira temporada disponível no Disney+.








