Sexta-feira, 12 de Dezembro de 2025

Caderno B Sexta-feira, 12 de Dezembro de 2025, 08:50 - A | A

12 de Dezembro de 2025, 08h:50 - A | A

Caderno B / CINCO PERGUNTAS

Relações rápidas

Diretor de “Tudo por uma Segunda Chance”, Adriano Melo exalta investimento da Globo em tramas verticais



POR GERALDO BESSA/TV PRESS

 

A paixão de Adriano Melo pela teledramaturgia surgiu de forma inusitada. Quando tinha 14 anos, ele acompanhou seu tio, o músico Allyrio Mello, durante uma gravação de “Fera Radical”, clássico de 1987. No dia, Adriano acabou fazendo figuração na cena e se encantou pelos bastidores dos folhetins.

“Apesar de muito novo, foi naquele momento que descobri o que eu queria fazer pelo resto da minha vida”, garante. A empolgação e os olhos vibrantes continuam moldando o jeito com que Adriano enxerga o trabalho na tevê, especialmente, ao mirar o futuro. É dele a direção de “Tudo por uma Segunda Chance”, o primeiro microdrama vertical produzido pela Globo.

“É mais uma forma de fazer novela, com um DNA próprio e que conecta a teledramaturgia a um público nascido no meio digital ou que simplesmente deseja novelas mais rápidas, para serem vistas a qualquer hora do dia, e na tela ou plataforma que for mais conveniente”, resume.

O formato já é famoso no mercado oriental, em especial o chinês e o coreano. Com cerca de 50 capítulos no total e duração média de três minutos cada, as produções contam com aplicativos dedicados, mas também fazem sucesso em redes sociais como TikTok e Instagram.

O alto faturamento e baixo custo dos microdramas têm mexido com o setor audiovisual e é um exercício para os profissionais da área na busca por um jeito mais objetivo de contar histórias. Diretor de folhetins como “Sete Vidas”, “Tempo de Amar” e “Família é Tudo”, Adriano se mostra muito curioso com esse olhar sobre as novelas.

São 60 anos de experiência. Estamos aplicando esse jeito único de produzir teledramaturgia

“Diferente da dramaturgia tradicional, que a gente tem vários núcleos, que são espaçados e além das histórias principais, na novela vertical, a gente só tem os protagonistas. É uma busca pelo essencial da trama”, avalia.


P – Sua experiência em teledramaturgia tradicional é grande. Como você enxerga a entrada da Globo na produção dos microdramas verticais?


R – É uma nova forma de fazer dramaturgia, para um consumo mais rápido pelo celular, via redes sociais, que se conecta com a rotina de muitos brasileiros, com a expertise da Globo. Isso comprova que a emissora se renova constantemente. Nós temos uma métrica de velocidade e qualidade que faz da empresa o que ela é.


P – Já muito famosas no mercado asiático, os microdramas feitos para telas verticais são famosos pelo nível técnico mais básico. Como a Globo pretende aplicar seu padrão de qualidade ao projeto?


R – São 60 anos de experiência. Estamos aplicando esse jeito único de produzir teledramaturgia ao processo criativo, aproveitando as dependências da Globo, os jardins, os estúdios, as inúmeras cidades cenográficas e cenários. O objetivo é usar essa estrutura com a nossa leitura para o que o formato pede.


P – O que mais o atrai neste novo tipo de produzir teledramaturgia?


R – É tudo muito direto ao ponto. O microdrama é uma boa história contada de uma forma ágil, com personagens e temas muito bem definidos, além de ganchos que nos permitem acompanhar essa história e se interessar do começo ao fim. Eu imagino o microdrama como uma novela sem trama paralela, em síntese. O grande mote do formato é manter o público sempre interessado.


P – O que muda no processo de gravação e edição para um novo formato de tela?


R – Gravar na vertical é diferente porque precisamos pensar no que traz a força da verticalização. A forma de enquadrar e de marcar figuração e elenco é diferente. Eu preciso ter mais teto e chão. Em uma novela tradicional, esse tipo de acabamento não é tão necessário porque o enquadramento é mais fechado. Os closes também funcionam de forma diferente, e tudo foi definido após um grande estudo. Estamos trabalhando com câmeras de muita qualidade, mais leves e menores.


P – A popularidade dos microdramas mostra, mais uma vez, a força das novelas?


R – Com certeza. Esta é apenas mais uma forma de fazer novela. O formato tradicional é campeão e consolidado. Trata-se aqui de mais um olhar, com releituras de coisas interessantes, que podem conectar um público nascido no meio digital ou que simplesmente deseja novelas mais rápidas, para serem vistas a qualquer hora do dia, e na tela ou plataforma que for mais conveniente.

 

“Tudo por uma Segunda Chance” – Dez novos capítulos disponíveis às terças, no perfil da Globo no TikTok, Instagram, Facebook, X (antigo Twitter) e YouTube.

Comente esta notícia

Rua Ivandelina Rosa Nazário (H-6), 97 - Setor Industrial - Centro - Alta Floresta - 78.580-000 - MT

(66) 3521-6406

[email protected]