Domingo, 05 de Maio de 2024

Caderno B Sábado, 30 de Março de 2024, 09:46 - A | A

30 de Março de 2024, 09h:46 - A | A

Caderno B / CINCO PERGUNTAS

Volta às origens

Depois de quase uma década no entretenimento, Cesar Filho volta a ancorar telejornal à frente do “SBT Brasil”



por Márcio Maio TV Press

                Nos últimos anos, muitos jornalistas mudaram suas trajetórias e migraram para o entretenimento. Uns, pela busca de um trabalho com menos pressão e um ritmo mais suave. Outros, de olho nas possibilidades de lucrar com anunciantes e ações publicitárias.

Cesar Filho, porém, fez exatamente o contrário: deixou a Record no final do ano passado, onde dava expediente no matinal “Hoje em Dia” desde 2014, para assumir a bancada do “SBT Brasil”.

Uma mudança que, na verdade, não se mostra tão distante assim da anterior. “Mesmo em um programa de entretenimento, eu ficava maior parte do tempo com jornalismo. O que permeou minha vida inteira foi a informação. Você pode estar falando de moda, mas fazendo jornalismo e trazendo informação”, aponta.          

       A contratação de Cesar, na verdade, faz parte de uma reformulação do SBT na busca por melhorar seus resultados de audiência. Além das mudanças no “SBT Brasil”, estrearam na emissora o matinal “Chega Mais” – para concorrer justamente com o “Hoje em Dia”, que Cesar apresentava na Record –; o “É Tudo Nosso”, nas noites de sexta-feira; e o “Circo do Tiru”, estrelado por Tirulipa e ambientado em um circo, com jogos que valem dinheiro.

O SBT sempre esteve à frente do tempo. E está fazendo isso no ‘SBT Brasil’”, defende Cesar, que conseguiu levar o futebol, uma de suas paixões, para o telejornal noturno da emissora de Silvio Santos.

Me sinto muito confortável com nossos colaboradores do esporte”, vibra ele, que começou a carreira ainda na adolescência, no rádio, cobrindo a editoria esportiva.

P – Depois de quase dez anos, você retorna ao SBT para apresentar o “SBT Brasil”. Na sua visão, o que isso vai trazer de diferente para o telejornal?

R – Mantemos o conteúdo, mas a maneira de apresentar é diferente. Isso faz parte da minha trajetória. Gosto de ser diferente. Nunca quis ser o que as pessoas estão acostumadas a ver. Hoje, acredito que as notícias são mais pesadas que antes. Então, tem de usar uma forma mais humana para levar isso aos telespectadores.

P – E qual é esse diferencial?

R – Eu era criança e assistia Cid Moreira e Sérgio Chapelin na bancada. Até hoje, permanece esse formato, mas o jornalismo mudou. Por que precisa seguir assim? O SBT sempre foi inovador, trouxe Boris Casoy, que era um cara de redação e nunca tinha feito tevê. Ousou com a câmera nervosa do “Aqui Agora”. Na época, não podia, porque não era o padrão, não tinha qualidade. Hoje em dia, entra-se ao vivo por câmera de celular. Além do factual, temos reportagens especiais que a internet não apresenta e prestação de serviço para o telespectador. Os bordões também são uma memória afetiva muito boa e vamos criar novos.

P – Você tem memória de algum momento especial que viveu no SBT?

R – Além de todos os programas que eu fiz na emissora, fiz muito jornalismo. Mas tem um momento de bastidor: a minha despedida no “Teleton”, em novembro de 2014. Fiquei até o final, fui me despedir de todos e lá estavam as filhas do Silvio e ele também. Silvio passou por mim e falou: “Se alguma coisa der errado, volta e fala comigo”.

Além disso, a dona Iris (Abravanel, mulher de Silvio) disse: “Vai lá e faz sucesso. Quando quiser voltar, as portas estarão abertas para você”.

Eu estava conversando para voltar e encontrei com a dona Iris de novo. Ela pegou minhas mãos da mesma forma, parecia que eu estava revivendo aquele momento. E falou: “Chegou a hora de você voltar”. Nunca me esqueci das palavras dela. Fui e voltei mesmo.

Vai lá e faz sucesso. Quando quiser voltar, as portas estarão abertas para você

P – Você começou como repórter esportivo e agora, no “SBT Brasil”, poderá explorar essa editoria de novo. Como se sente?

R – Sou um apaixonado pelo São Paulo e gosto muito desse universo. Quero fazer um programa voltado para o futebol. Devemos colocá-lo no +SBT (plataforma de streaming que será lançada em breve). Vai se chamar “Show de Bola”. Mas estamos com bastante espaço para o esporte no próprio “SBT Brasil”. Quem gosta e quem não gosta pode curtir.

P – Você tem uma larga experiência no jornalismo, mas passou a última década quase inteira no entretenimento. Bate um frio na barriga nesse retorno?

R – Eu sinto frio na barriga diante de qualquer estreia. Explicar a emoção de estar no SBT para quem trabalha aqui é desnecessário e explicar isso para quem nunca passou por aqui é impossível. Tenho esse frio todos os dias, quando vou entrar. Por isso, sou apaixonado pelo ao vivo. Me dá essa adrenalina e prazer. Faço com alegria porque é o que amo. Venho do rádio.  

SBT Brasil” – SBT – Segunda a sábado, às 19h45.

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