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Caderno B Quarta-feira, 25 de Novembro de 2020, 00:00 - A | A

25 de Novembro de 2020, 00h:00 - A | A

Caderno B /

CINCO PERGUNTAS: Mente sã



POR CAROLINE BORGES

TV PRESS

Foto divulgação

       Pausa, reflexão e autoconhecimento. Foi assim que Luiz Carlos Vasconcelos decidiu encarar o período de isolamento social em virtude da pandemia do novo coronavírus. Passando a quarentena na companhia do filho, o ator, que voltou ao ar na edição especial de “Flor do Caribe”, decidiu olhar para dentro e se conhecer melhor nesse momento. “Quis ir mais fundo dentro de mim, aprofundar a relação com meu filho. Houve um crescimento humano como pessoa. Todo mundo, de um modo geral, foi confrontado nessas dificuldades para crescer. Está sendo muito importante me conhecer melhor”, explica o ator, que voltou a meditar. “Espero que seja uma prática que continue para sempre agora”, completa.

       Na história de Walther Negrão, o ator interpretou Donato, o mestre-pescador que comanda uma traineira na fictícia Vila dos Ventos. Ele é condenado a 20 anos de prisão por um crime cometido pelo próprio filho, Hélio, vivido por Raphael Viana. “O Donato me levou a lugares dolorosos dentro dessa relação conturbada entre pai e filho. O Hélio era um filho bem problemático. Tive muitas cenas com uma gama de sentimentos diferentes. Não tive cena fácil”, afirma Vasconcelos, que também esteve no ar na primeira temporada de “Aruanas”, da Globo, em que viveu o inescrupuloso empresário Miguel. “Era um vilão de muitas camadas. Ele era capaz de atitudes egoístas tremendas, a ponto até de matar, mas também era capaz de um amor profundo, como o amor pela netinha”, defende.

P – Após a exibição de “Aruanas” na tevê aberta, como você recebeu a notícia da volta de “Flor do Caribe”?

R – Quando eu relembro de “Flor do Caribe”, sou invadido por um sentimento muito bom. Tenho lembranças das sequências na praia, eu cabeludo e uns sete anos mais novo (risos). Estou muito feliz com a chance de acompanhar esse trabalho de novo. Como bom canceriano que sou, perfeccionista, vai ser um pouco doído rever algumas cenas porque sei que poderia ter feito de outro jeito. Mas tem todo um trabalho de aceitar o que está lá. É uma novela muito linda e assertiva. É bom também ver esse tempo já vivido que não pode ser mexido. Vou me contentar, me deliciar e pronto. Um prazer incrível rever. Tive aprendizados sensacionais nesse projeto.

P - Em que sentido?

R – A cena em que o Donato volta da cadeia e reencontra os filhos na sala é emblemática para mim. O Jayme (Monjardim) foi muito delicado e gentil me dando as dicas da cena. Sabendo que era uma sequência tensa, ele me deu toda a liberdade, mas eu não soube administrar isso muito bem. Eu fiquei achando que era tão senhor da bola da cena que quase fiz minhas próprias marcações no set. Isso me incomoda até hoje. Acho que eu compreendi que ninguém fica no lugar do diretor. Foi um ensinamento que esse trabalho me deu para lidar com essas situações. Aprendizado de ator mesmo.

P – Qual a principal lembrança que você carrega das gravações?

R – O Donato tinha uma relação bem confusa de pai e filho. Então, eu vivi cenas com uma gama variada de sentimentos. Mas, por incrível que pareça, eu me recordo muito de uma cena gravada no Rio Grande do Norte. Foi a cena de um acidente em um barranco. Tinha um dublê, mas eu quis fazer. Desci o barranco, me ralei todo, fiquei sangrando um pouco na mão também. Foi uma sequência de confronto comigo mesmo. Fiz o dublê de mim mesmo no precipício.

P – Assim como parte do elenco, você esteve nas gravações iniciais no Rio Grande do Norte. Como foi essa experiência?

R – Para o meu personagem, que era um pescador, foi fantástico. Tivemos muitas tomadas em barcos, algumas pessoas passaram mal (risos). Aquelas gravações em barcos e mexendo em rede pesca foram um aprendizado incrível. Essas gravações trouxeram um aspecto solar, festivo e praiano. A força daquela terra é incrível. Essas viagens têm um papel importante para todo o resto da novela.

P – Como assim?

R – Essas viagens garantem uma estética uniforme para a novela. A gente gravou aquele começo no Rio Grande do Norte, mas o resto foi feito em estúdios ou locações no Rio de Janeiro, mas muita gente achava que a gente gravou a novela toda no Rio Grande do Norte. Um jornalista mesmo caiu nesse golpe da novela (risos). Você engana o público com imagens fechadas. Incrível o poder que essas viagens geram.

 

“Flor do Caribe” - Globo - de segunda a sábado, às 18h20.

 

 

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