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Caderno B Sexta-feira, 18 de Setembro de 2020, 00:00 - A | A

18 de Setembro de 2020, 00h:00 - A | A

Caderno B /

PERFIL: Doce realidade



por Márcio Maio

TV Press

À frente da sexta temporada do “Bake Off Brasil – Mão na Massa”, no SBT, Nadja Haddad parece não ter qualquer arrependimento de ter trocado o jornalismo pelo entretenimento. A iguaçuana, que completa 40 anos em dezembro, assume que sentia por não poder expressar mais suas emoções quando dava expediente em telejornais da Band, emissora em que trabalhou entre 2005 e 2013. “Um dos pontos que me afastou do jornalismo foi não poder ser eu de verdade. Não era legítimo. Como eu noticiava algo que me deixava muito triste e eu não podia mostrar isso? N entretenimento, posso ser eu mesma”, compara.

Talvez por isso, Nadja assuma não controlar o que sente no comando do “Bake Off Brasil – Mão na Massa”. Principalmente porque, garante, se coloca na pele dos participantes. “Por um lado, isso também é ruim, porque estou ali para dar força, para botar as pessoas para cima. E, às vezes, não consigo e choro junto”, entrega. Nesta edição, porém, a distância imposta pela pandemia do novo coronavírus entre ela e os participantes mudou um pouco isso. “Talvez por não conseguir ficar tão próxima a eles, o que eu acho ruim, porque as pessoas parecem carentes de emoções de verdade. Quando a gente permite se emocionar e chorar, cria uma tangibilidade para o público e para os participantes”, analisa.

Essa entrega sem as amarras do jornalismo é, para Nadja, uma das razões do êxito do reality culinário na grade do SBT. “Não é só um programa de confeitaria, mas também de vida, de realização de sonhos, de superação. Eu associo o sucesso do ‘Bake Off’ ao lado mais humano que a gente tem”, valoriza. E conta que há uma preocupação em tratar os participantes com respeito e carinho. “As críticas são construtivas e produtivas. Por mais que seja uma competição, a gente não fica fomentando intrigas”, enfatiza.

Para garantir a segurança de todos os envolvidos, medidas foram tomadas nessas gravações em meio à pandemia. Os participantes usam luvas e protetores faciais para prepararem seus doces, além de manterem um distanciamento entre eles e também da apresentadora e dos avaliadores dos pratos. “Esse tal novo normal está me deixando triste, porque não dá para abraçar os participantes, ter um contato mais próximo. Para mim, isso está sendo cruel. Me sinto mais presa, menos à vontade até”, confessa. No entanto, ela consegue enxergar um ponto positivo aí. “Eu me comunico muito com eles pelo olhar, o que ficou mais aguçado ainda”, conta.

A proximidade com a cozinha não veio apenas com a experiência na apresentação do reality. Tanto a família da mãe de Nadja quanto a do pai tinham o hábito de se reunirem para preparar as refeições e conversarem juntos. “Sempre gostei mais de fazer sobremesas e minhas irmãs sempre fizeram mais os pratos salgados”, diz ela, que tem até uma tia confeiteira. Além disso, antes de ganhar o posto no programa, a jornalista participou de uma edição com celebridades – e chegou a ganhar o sonhado avental azul. “Já fiz vários cursos livres, porque gosto de receber meus amigos em casa e de cozinhar para eles”, gaba-se.

 

Bake Off Brasil – Mão na Massa” – SBT – Sábado, às 22h40.

 

Na pele

Nadja sabe bem a importância do distanciamento social nesse período tão crítico para todo o planeta. Primeiro, seu marido foi diagnosticado com covid-19 e, em seguida, depois de chegar a testar negativo para a doença, ela acabou tendo a confirmação de que também tinha se infectado. Por isso, precisou ficar afastada das gravações desta temporada. “No período em que fiquei isolada, repensei bastante hábitos e compromissos com a vida. E isso me fortaleceu muito no amor que tenho pela minha família, pelo meu lar e pelas coisas mais simples da vida”, fala Nadja, que sentiu muito cansaço e ausência de paladar e olfato enquanto estava com covid-19.

Para 2020, Nadja já tinha planejado fortalecer seus canais digitais e também conquistar espaço no mercado publicitário. E, pelo menos até agora, não se queixa. “Tenho conseguido fazer isso, trabalhar mais o meu canal com o público que eu desejava. E quero continuar crescendo no SBT, participando de outros projetos da casa”, avisa.

Instantâneas

# Em 2005, Nadja cobria um tiroteio no Rio quando foi atingida por uma bala perdida, dentro do carro da produção da Band. A bala perfurou o pulmão e a jornalista correu risco de morte ou de ficar paraplégica.

# Em 2000, ela trabalhou com Xuxa no programa “Planeta Xuxa”, na Globo, como uma das Garotas do Zodíaco. Ela era a Garota Capricórnio.

# Quando terminou o segundo grau, ainda aos 17 anos, ingressou no curso de Direito.

# Depois de encerrar seu vínculo com a Band, em 2013, Nadja fez várias aparições em programas do SBT. No ano seguinte, assinou contrato para apresentar o “SBT Folia”.

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