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Caderno B Sexta-feira, 03 de Junho de 2022, 10:40 - A | A

03 de Junho de 2022, 10h:40 - A | A

Caderno B / CINCO PERGUNTAS

Interesse evidente

Marcos Veras coloca sua verve cômica a serviço dos golpes do sedutor Enrico, de “Além da Ilusão”



POR GERALDO BESSA
TV PRESS

Ter um papel de destaque em um folhetim é motivo de orgulho para Marcos Veras. Muito dessa alegria em participar de novelas vem das dificuldades que o ator e comediante passou no início da carreira, quando trabalhava como figurante em produções como “Linha Direta” e “Sítio do Pica-pau Amarelo”, da Globo, e “Vidas Opostas”, da Record. “Os personagens não tinham nem nome, apareciam no roteiro com o nome da profissão ou alguma outra referência direta. Ainda bem que as coisas melhoraram”, vibra, entre risos, o intérprete do galanteador Enrico de “Além da Ilusão”, quarta novela na carreira de Veras. “Estou adorando a liberdade de poder exagerar um pouco mais na caracterização e gestual para poder entrar no clima dos anos 1940”, detalha.

Carioca e vascaíno, Veras era radialista quando começou a se interessar pela televisão. Suas primeiras experiências mais relevantes no vídeo foram através do humor, a partir de suas participações no antigo “Zorra Total”, onde ficou de 2009 a 2013. “Foi quando senti o poder da televisão. De repente, passei a ser reconhecido e parado nas ruas”, relembra. Nos anos seguintes, integrou o elenco do “Encontro com Fátima Bernardes” e, a convite de Gilberto Braga, acabou com um papel em “Babilônia”, de 2015, onde viveu o divertido Norberto. “Até este trabalho, meus papéis na teledramaturgia eram bem pequenos. Foi uma experiência muito interessante e me deu vontade de fazer mais. Gosto do processo de estudar a trama, entender personagens e me preparar para cada nova cena”, conta Veras, que vem colecionando papéis de maior peso em tramas recentes como “Pega-Pega” e “Verão 90”. “Gosto do jeito com que o humor influencia meus trabalhos nas novelas. Agora, em ‘Além da Ilusão’, ele aparece de forma muito integrada com a vilania. Enrico é um sujeito controverso e muito possível”, avalia.

P - Seu personagem entrou em “Além da Ilusão” com a novela já bem desenvolvida. Ficou ansioso para se ver em cena?

R - Extremamente! É difícil acompanhar um trabalho que já está no ar, que já foi abraçado pelo público. Comecei a gravar quando a maioria dos atores do elenco já estava à vontade em seus papéis. É a primeira vez que isso acontece comigo e me gerou uma expectativa maior do que qualquer outro trabalho que já fiz.

P - Como o Enrico mexe com a história?

R - Enrico é um bon-vivant, um homem que gosta do bom e do melhor, porém não tem onde cair morto. É extremamente ambicioso, gosta do poder, de dinheiro, de luxo. Usa do charme, da sedução e da conquista para conseguir o que quer. Acho que ele é um agente do caos, causa tumulto na vida das mulheres que conquista e se aproveita delas.

P - Você esteve em poucas produções de época na tevê. Esse diferencial chamou sua atenção em “Além da Ilusão”?

R - Bastante. Eu só tinha feito “Verão 90” que, apesar de voltar 20 anos no tempo, ainda é próxima do que a gente vive hoje. Então, agora tudo é bem diferente. A primeira coisa que pensei para o Enrico foi o bigode. Não é possível usar em qualquer novela. Para o contexto dos anos 1940, época que “Além da Ilusão” é ambientada, combina muito bem. Olho no espelho e vejo meu falecido pai, fato que me fez emocionar bastante durante os primeiros dias de preparação. O texto tem uma riqueza de detalhes inspiradora, mas também recorri a algumas referências audiovisuais.

P - Quais?

R - Filmes sobre jogos de azar, principalmente. “Cassino”, do Martin Scorcese, foi muito importante neste processo. É cheio de personagens dúbios, que querem se dar bem a qualquer custo.

P - Você acha que o Enrico tem chances de enveredar pelo caminho da vilania mais tradicional?

R - De alguma forma, ele já é um vilão. Mas o humor suaviza a forma como algumas questões podem ser retratadas. Ele usa as pessoas sem muita culpa e sempre desperta o pior lado delas. Acaba se dando mal com a Dona Santa (Arlete Salles), que já é uma mulher mais experiente e sabe como as pessoas podem ser manipuladoras. Por isso, o Enrico se dá bem mesmo é com Emília (Gaby Amarantos), uma cantora cheia de sonhos e com uma certa inocência. Ele é do tipo que ama tanto que não ama ninguém de fato (risos).

“Além da Ilusão” - Globo - de segunda a sábado, às 18h10.

Foto: Divulgação

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