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Caderno B Sexta-feira, 19 de Outubro de 2018, 00:00 - A | A

19 de Outubro de 2018, 00h:00 - A | A

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Ponto em comum



por Geraldo Bessa
TV Press

A doutrina espírita direciona a vida de Ana Lúcia Torre desde a infância. É por isso que, quando surge algum convite algum trabalho com essa temática, ela acaba se envolvendo. Ainda comprometida com as gravações de “O Outro Lado do Paraíso”, a atriz poderia facilmente recusar novos trabalhos e curtir um tempo fora do ar. No entanto, ao ler a sinopse de “Espelho da Vida”, se encantou com a história criada por Elizabeth Jhin e topou fazer a divertida Dona Gentil. “A Jhin tem um jeito muito especial de falar sobre o espiritismo. Ela não segue pela cartilha mais fácil de falar sobre a reencarnação. Ela gosta das coisas mais complexas e isso me encanta”, analisa.
Natural de São Paulo, em meados dos anos 1960, Ana Lúcia cursava Ciências Sociais na Pontifícia Universidade Católica quando passou a se interessar pelos diversos grupos de teatro da instituição. Apaixonada pelos palcos, acabou largando a faculdade e foi estudar atuação em Lisboa, Portugal. De volta ao Brasil no final dos anos 1970, estreou na tevê em “Dona Xepa”, da Globo. Com breves passagens pela Manchete, Band e SBT, foi na Globo que Ana Lúcia viveu suas personagens mais famosas, como a Cleonice de “A Indomada” e, sobretudo, a Débora de “Alma Gêmea”. “É engraçado, mas minha carreira começou a ficar muito mais interessante depois dos 50 anos. Nem bem termino um trabalho e já tem convites para cinema e projetos de teatro. Tenho analisado tudo com muito carinho e fazendo coisas muito especiais”, valoriza.
P - Você ainda estava gravando “O Outro Lado do Paraíso” quando foi escalada para “Espelho da Vida”. O que fez você adiar férias e acertar sua participação na atual novela das seis?
R - Eu estava me preparando para ficar um tempo fora do ar mesmo. Porém, quando o Pedro (Vasconcelos, diretor) me ligou e falou que a novela da Elizabeth Jhin iria entrar em produção, não resisti. Só pedi a ele um mês para poder me viajar e me dedicar à família e já estava pronta para um novo papel. Atuei em “Amor Eterno Amor” e fiquei encantada com a forma em que a Jhin aborda a doutrina espírita.
P - Como assim?
R - Sou espírita desde criança. Quando estou em tramas com essa temática, parece que sei do que estou falando. Muito além da doutrina, o mais especial é ver como os ensinamentos estão sendo passados. Acabo me emocionando muito em cena. Os autores sabem disso e já me chamam para trabalhar. Com o Walcyr (Carrasco), por exemplo, fiz “Alma Gêmea” e foi um grande sucesso.
P - Muitas atrizes que já passaram dos 60 anos reclamam da falta de convites para novelas. Em algum momento você sentiu essa “crise”?
R - Eu realmente não posso reclamar de nada. “Espelho da Vida” é minha quinta novela seguida. Estou desde 2013 fazendo um trabalho atrás do outro e ainda encontrando espaço para projetos no cinema e no teatro. Nem todos os personagens serão maravilhosos e populares, mas uma hora as coisas acontecem. Por exemplo, adorei a sinopse de “O Outro Lado do Paraíso”, mas não imaginava que a Adnéia fosse fazer tanto barulho.
P - Por quê?
R - Ela fazia parte o núcleo cômico em uma novela extremamente densa. E a gente tocava em um assunto que ainda é delicado na tevê, que é a homossexualidade. Ela sabia que o filho era gay, mas não queria a acreditar e, para piorar, achava que era possível curá-lo, como se a orientação fosse uma doença. Muitas mães e avós vieram falar comigo sobre as cenas. Acho que o humor ajudou a criar uma conexão com o telespectador.
P - Ano que vem o Walcyr volta ao ar em “Dias Felizes”. Existe a possibilidade de você adiar suas férias novamente para atuar em mais um folhetim dele?
R - Walcyr brinca que já estou sempre pré-escalada para as novelas dele. Mas eu realmente não sei. É preciso saber se terei pelo menos algumas semanas entre o final de “Espelho da Vida” e o início da pré-produção da trama. Nosso primeiro encontro artístico foi em “O Cravo e a Rosa”, um sucesso enorme que marcou a estreia dele na Globo. No total, dos anos 2000 para cá, já estive em sete tramas dele. É sempre um prazer trabalhar com quem se gosta.

“Espelho da Vida” - Globo - de segunda a sábado, às 18h20.

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