Sábado, 18 de Maio de 2024

Caderno B Sexta-feira, 22 de Março de 2024, 09:47 - A | A

22 de Março de 2024, 09h:47 - A | A

Caderno B / VITRINE

Vida que segue

Já saudosa, Manoela Aliperti exalta maturidade de Lica em “As Five”



por Geraldo Bessa TV Press               

  Algumas personagens não apenas marcam, mas também se eternizam na vida de suas intérpretes. Manoela Aliperti conheceu a destemida Lica nos bastidores de “Malhação: Viva a Diferença”, de 2017.

O sucesso da premiada temporada fez com que a história da jornalista e suas amigas Benê, Ellen, Keyla e Tina, papéis de Daphne Bozaski, Heslaine Vieira, Gabriela Medvedovski e Ana Hikari, respectivamente, ganhasse uma sobrevida com “As Five”, série da Globoplay cuja terceira e última temporada chegou há pouco ao serviço de streaming.     

            Pela força do roteiro e natural passagem de tempo, devidamente registrada na história, cada encontro com Lica tem um sabor diferente para Manoela. A atriz ressalta que sempre se surpreende com os caminhos propostos no roteiro, o que faz com que entre em cena renovada, em busca por novas referências para viver os conflitos, dramas e paixões da personagem.

De todas as protagonistas, a Lica foi a que mais demorou a encarar a vida adulta. Ela sempre teve uma vida cercada de privilégios e se sentia confortável com isso. Nos novos episódios, ela vai ter de correr atrás do prejuízo de nunca sequer ter cogitado ser dona do próprio destino”, avalia.      

           A temporada começa com Lica alheia aos problemas que a cercam, tentando uma reaproximação com a mãe, Marta, de Malu Galli, e se estabelecer na carreira de jornalismo. O controle materno, entretanto, começa a ficar novamente sufocante para a jovem, que descobre táticas escusas utilizadas pela matriarca para continuar interferindo em sua vida.

As duas parecem estar se dando bem melhor nesta temporada. Apesar de controladora, a mãe não é muito carinhosa e a Lica sente falta disso. Porém, minha personagem vai perceber a influência que a mãe tem sobre as suas realizações e aí começa a buscar mais autonomia e independência”, explica.   

              Manoela até esperava alguma uma grande virada para fechar o arco da personagem de maneira coerente. Porém, o que chegou no roteiro foi além do que ela poderia imaginar, permitindo que ela pudesse construir uma Lica mais madura e dona de si.

Lica percebe que precisa parar de ser café-com-leite na vida adulta e, assim, começar a abrir mão dos privilégios que foram dados pela família. Acho que chega um ponto na vida em que a gente tem de fazer um movimento de distanciamento dos próprios pais para caminhar sobre os próprios pés, crescer e se autorreferenciar”, defende.             

    O fato da terceira temporada fechar a história já era algo acordado até mesmo antes da realização da temporada anterior. As gravações contaram com uma otimização do esquema de produção das séries originais Globoplay. Certos do apelo popular da trama, os executivos da plataforma decidiram captar a segunda e a terceira temporadas do projeto de uma só vez.

Foi um processo muito interessante e que uniu ainda mais o quinteto ao longo de todo o processo”, ressalta. Apesar de ter o amargo gosto da despedida, Manoela acredita na importância do encerramento de ciclos, em especial quando é possível fechar a história de forma simbólica e emocionante.

Essa é uma temporada final muito bonita, porque tem coragem de revelar as dificuldades e contradições da vida de cada uma das personagens”, destaca.         

Foi um processo muito interessante e que uniu ainda mais o quinteto ao longo de todo o processo

 

       Natural de São Paulo, Manoela começou a se interessar pelas Artes Cênicas ainda nos tempos de escola. A estreia na tevê foi aos 17 anos com um papel de destaque nas duas temporadas de “3 Teresas”, série do GNT exibida entre 2013 e 2014. Na sequência, participou de “A Vida Secreta dos Casais”, da HBO, e pouco depois passou no teste para “Malhação: Viva a Diferença”.

Entre um encontro e outro com Lica, a atriz recorreu a projetos fora da televisão para renovar seu repertório, como o longa “Diário de Viagem”, dirigido por Paula Kim.

Aos 28 anos e com a agenda mais livre para estar em diferentes produções, Manoela sabe que Lica seguirá como um marco em sua trajetória. Muito por conta da forma natural com que a personagem aborda pautas importantes como a representatividade LGBTQIAP+.

Muita gente cresceu acompanhando os desdobramentos dessas personagens. Esses dias, duas fãs vieram falar comigo e foi muito emocionante enxergar elas são a personificação da Lica. Ambas falaram como foi importante se reconhecerem na tevê”, valoriza.  

As Five” – Globoplay – três temporadas disponíveis.

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