por Geraldo Bessa TV Press
Daiane dos Santos pode até ter se aposentado da Ginástica Olímpica, mas ao longo do ano, durante as disputas mundiais da modalidade, e sobretudo em tempos de Jogos Olímpicos, uma rotina paralela à de atleta é adotada. Porém, em vez de disputar as medalhas, ela agora tem a função de explicar os detalhes das competições e suas curiosidades. Em sua terceira participação como comentarista da Globo nas Olimpíadas, ela celebra a oportunidade na tevê como uma forma de se manter perto do esporte que tanto ama. “Gosto de compartilhar com o público as experiências e memórias da minha carreira. Além de passar informações importantes da modalidade e da equipe. É um trabalho que faço com muita paixão”, ressalta.
Gaúcha de Porto Alegre, Daiane tinha apenas 16 anos quando começou a ganhar suas primeiras medalhas. De 1999 a 2012, fez história ao se destacar em competições importantes como os Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, e diversas Copas Mundiais de Ginástica Olímpica, onde garantiu a primeira medalha de ouro para o Brasil na modalidade no solo em Stuttgart, na Alemanha, em 2003. Em apresentações carregadas de brasilidade, Daiane ajudou a popularizar o esporte no país, além de colocar na boca do povo expressões como Duplo Twist Carpado. Aos 41 anos, ela segue como ícone esportivo e joga luz sobre a nova geração de ginastas nacionais. “É claro que temos a Rebeca (Andrade) como estrela. Mas o Brasil agora também conta com um grupo forte e talentoso para vencer e influenciar novas gerações”, valoriza.
P – Você se aposentou da carreira de atleta em 2012 e sua primeira Olimpíada como comentarista foi em 2016. Foi uma transição de carreira pensada?
R – Foi um convite muito bem-vindo e que gerou frutos, mas não foi um caminho planejado. Eu queria continuar envolvida com a Ginástica Olímpica de alguma forma. E ser comentarista me deixa próxima do esporte, do público e dos eventos. Tudo aconteceu de forma natural e estrear como comentarista em 2016 teve um gosto muito especial.
P – Por quê?
R – Os jogos olímpicos foram no Rio de Janeiro e foi um ano onde a Ginástica passou a mostrar melhores resultados no evento. De todas as disputas, acredito que as Olímpiadas são as mais esperadas. Seja como atleta ou como comentarista, tem de ter muito empenho, preparo e dedicação.
P – Como você se preparou para Paris 2024?
R – Eu vivo o esporte até hoje, estou sempre ligada em tudo e, ao longo dos anos, meu foco foi me preparar para me comunicar cada vez melhor. A minha empolgação com esses jogos é alta porque a modalidade vive um momento de crescimento no país, algo que começou lá no início dos anos 2000 e foi se desenvolvendo. Desde 2016, esse crescimento ganhou mais força e investimento. O resultado pode ser visto em Tóquio, em 2021, onde o mundo conheceu a estrela que é a Rebeca (Andrade). Hoje, temos um grupo novo e muito preparado para lutar por medalhas.
P – De alguma forma, esse novo grupo a faz lembrar do seu início como atleta em grandes eventos?
R – Muito. Sempre visito a equipe nos treinos e a gente conversa muito sobre aquele momento inicial do Brasil na Ginástica Olímpica. A modalidade ganhou mais público, fãs e entusiastas. Além disso, a gente vê a Ginástica Rítmica em crescimento também. As meninas vêm vencendo torneios e fazendo um trabalho muito bonito. São federações coirmãs e atestar essa evolução dupla é muito bom.
P – Além de você, nomes importantes do esporte, como os irmãos Diego e Daniele Hypolito, também fazem parte do time de comentaristas da Globo. Como é essa convivência?
R – A gente é do mesmo grupo, lá do início dos anos 2000. Torcemos, choramos e celebramos muitas conquistas juntos. É muito bom refazer essa parceria com eles, agora em uma nova função. O time de comentaristas da emissora é incrível e os bastidores são realmente muito empolgantes por conta desses reencontros.