por Geraldo Bessa TV Press
Desde que a informação de que a Globo iria revisitar “Vale Tudo” começou a circular, uma verdadeira corrida se instaurou entre atores, empresários artísticos e produtores de elenco. Lucas Leto ficou sabendo dos testes e antes mesmo de buscar uma oportunidade, foi contactado pela produção do remake para enviar um teste virtual. “Me pediram uma self-tape falando um texto simples e com chance de improviso. Fiquei nervoso, mas gostei do resultado e enviei”, conta. Duas semanas depois, veio o resultado: o papel do charmoso Sardinha era dele. Fiel escudeiro de Solange, mocinha da história vivida por Alice Wegmann, o personagem é um dos produtores da agência de conteúdo Tomorrow e carrega o charme e a leveza carioca em seu life style. “Foi tudo muito rápido. Depois da confirmação, tive duas semanas para me preparar e começar a gravar. A correria foi grande, porque tive também de me mudar para o Rio de Janeiro”, conta.
A mudança para a capital carioca foi importante, inclusive, para que Lucas pudesse logo se ambientar e naturalizar o sotaque do personagem, que é filho adotivo de um casal de suíços, mas prefere trabalhar do que viver apenas da mesada dos pais. “Ele vive a cidade, vai na Lapa, frequenta os bares, as rodas de samba. É um cara bem namorador e muito antenado com tudo o que acontece. Eu sou apaixonado pelo Rio. Então, fazer a pesquisa para o papel passou longe de qualquer sacrifício. Me inspirei nos amigos que moram fora e aproveitam apenas o melhor da cidade quando a visitam”, entrega. Entre leitura de textos, ensaios e boas doses de boêmia, o ator também parou um pouco para assistir à versão original de “Vale Tudo”, de 1988. “Queria entender a razão de tanto sucesso, todo esse poder de levantar discussões e polêmicas até hoje. A história é um flagra daquele Brasil do final dos anos 1980 e, em muitos aspectos, continua muito atual”, avalia.
Ao mergulhar na obra, Lucas ficou encantado com o trabalho feito por Otávio Muller para o personagem. Por conta disso, deu um jeito de encontrar o ator para conversar um pouco sobre Sardinha. “Otávio foi de uma generosidade enorme. Me deu muitas dicas de como criou esse sujeito leve de forma realista, com os pés no chão. Ele estava se apresentando no teatro, me recebeu no camarim e foi um momento muito especial, como se eu estivesse pedindo a benção para entrar no papel”, ressalta. Para o ator, o fato de Sardinha ser um jovem preto na versão de 2025 diz muito sobre a importância da diversidade no audiovisual. “Novelas são um poderoso espelho social no Brasil. Fico muito feliz de mostrar uma outra possibilidade de um jovem preto para o público. É uma questão de conquista de espaços e como esses novos pontos de vista ajudam na identificação do público”, valoriza.
Baiano de Salvador, Lucas tinha apenas 12 anos quando ingressou no prestigiado Bando de Teatro do Olodum, onde acabou ganhando larga experiência em canto, dança e atuação. Já conhecido de grandes musicais, ele estreou na tevê em “Bom Sucesso”, de 2019. Na sequência, participou de outro remake importante: “Pantanal”, de 2022. “A televisão foi chegando e tomando conta da minha carreira. Tenho trilhado um caminho diverso e cheio de liberdade dentro do vídeo”, avalia o ator que, além da Globo, também tem investido alto em produções para o streaming, como “Vizinhos”, da Netflix, “Um Ano Inesquecível – Outono”, do Prime Vídeo, e as inéditas “Espécie Invasora” e “Juntas e Separadas”, ambas do Globoplay.
“Vale Tudo” – Globo – de segunda a sábado, às 21h.